quarta-feira, 22 de junho de 2011

Texto do Claudio Prado sobre o Fora do Eixo

Mas vamos lá>> aproveito para dar minha opinião sobre o artigo e sobre os comentários rancorosos.
E defino Rancor na perspectiva desta discussão.
Rancor é uma marca das esquerdas. Nasce da consciência das tiranias. Nasce da indignação. Marx sendo o Arauto Maior das tiranias do século 20, da Era Industrial, do Capitalismo Selvagem, da ganância.
Rancor é esta indignação + fundamentalismo.
Fundamentalismo é a grande doença deste século, que transformou sistematicamente as grandes idéias em dogmas.
Talvez seja o fundamentalismo seja a herança mais perversa da cultura escrita.
Da soma do alfabeto grego com a tipografia de Gutemberg.
Do alfabeto, que são símbolos gráficos que juntos formam fonemas que juntos formam palavras que juntas se propõem representar todas as coisas materiais e idéias passadas e futuras da humanidade.
E da tipografia de Guttemberg que congela (imprime) essas palavras, frases e idéias.
Some-se a isso a sinistra idéia do direito de autor e da forma como o século 20 lidou com tudo isso, congelando palavras e idéias, e temos a fórmula do rancor.
{{{ e pelamordedeus não argumentem que eu sou contra o alfabeto, contra os livros, contra o coitado do autor>>>>}}} cada um destes territórios é eivado para o bem e para o mal como tudo na vida.
Back to the USSR (You don’t know how lucky you are)
Não sou do Fora do eixo. Colaboro com eles.
Considero a proposta do Fora do Eixo o melhor caminho que conheço para uma saida honrosa dos Movimentos Sociais rumo ao século 21. (e que denominei de Pós Rancor).
O Fora do Eixo não é de esquerda e nem de direita.
A grande maioria das pessoas da esquerda e da direita realmente acham que esta polarização define a humanidade, são adeptos conscientes ou inconscientes da Teoria do Fim do Mundo, na qual o Mercado as engole fatal e definitivamente. E contra o qual (Mercado) vocês têm que lutar estoicamente através dos tempos eternamente…
Isso não é novidade: o Tropicalismo foi esculhambado pelas esquerdas todas como massa de manobra do imperialismo americano (instrumentos eletrificados que iriam matar a Música Brasileira etc). Foi também esculhambado pela ditadura militar que os acusava de corruptores da cultura e juventude brasileira e que prendem Gil e Caetano condenando-os ao exílio. A Democracia Grega, conservadora, condena Sócrates pelas mesmíssimas razões.
Em última instância, acho que o problema de vocês, das esquerdas, é este: O Fora do Eixo não é de esquerda. Para vocês, consequentemente seria de direita. E, assim sendo, a discussão está encerrada… não vale a pena… (por isso a minha preguiça, eu que vejo e ouço isso rolar há 40 anos).
Mas olhem só>>> existem os otimistas>> que vêm luz no fim do túnel.
Existe uma “nova esquerda” (digamos assim para efeitos de melhor compreensão desta discussão).
Um movimento político Pós Rancor, que nasce da indignação também nos anos 60.
O movimento Hippie. Antropofagicamente abrasileirado aqui sob a denominação Tropicalismo.
O movimento político Hippie (((é político siim))) é quem pauta no mundo, as questões de hoje.
A Ecologia (nem citada pela direita nem esquerda até 1972 a 1a Conferência Mundial do Meio Ambiente em Estocolmo.)
As liberdades sexuais e das drogas >> ambas esculhambadas pela direita e pela esquerda como a decadência da humanidade.
A agricultura orgânica>> como fator de saúde pública. (contra os trangênicos)
A questão feminina>> (pq o movimento feminista das esquerdas era o como direito da mulher ser igual ao homem nas besteiras do machismo, numa visão extremamente míope do conceito de igualdade)
Sociedade Alternativa…
Tudo isso sem rancor>> com flores e sempre com Tesão Político (foco sim).
Poderia me estender mais…
mas uma última questão:
É o movimento hippie que detecta a Cultura Digital como a mais subversiva realidade rumo a um século 21 (chamávamos de Nova Era na época)
Timothy Leary, um dos profetas do que está acontecendo agora, disse que a cultura do computador era o LSD dos anos 90. LSD era para Leary, um “atalho” para a compreensão profunda “fora do eixo” O eixo sendo tanto a ligação do idivíduo consigo mesmo quanto a compreensão dos caminhos políticos da sociedade.(não quero me alongar aqui nisso pq é tema de um livro… e não de um mail).
É por isso que digo sempre que, NA MINHA OPINIÃO, Marx, hoje não seria marxista, seria um hippie digital.
Não há nada, mas naaada mesmo, mais politicamente subversivo à lógica do capitalismo selvagem do que a Cultura do Digital.
Vejo no Fora do Eixo, uma semente para como de fato mudar o rumo equivocado das esquerdas, reinventando a forma de agir dos movimentos sociais do século 20.
Um amadurecimento ou melhor um renascimento fênix deste movimento tropicalista.
O bonito, a meu ver, é que existem muito mais acertos do que erros neste movimento…
E considero que a indignação equivocada das esquerdas, que se revestem de puro rancor diante do sucesso evidente do que está acontecendo no mundo das marchas, mais um sinal de resistência conservadora do século 20.
O mais grave é ver meninos gritando palavras de ordem>>> fala sério>>> do século 19.
PORQUE NINGUÉM AINDA RESPONDEU SOBRE O DEBATE AO VIVO E PELA INTERNET??
beijos perpexos>>> rssrss mas paternalistas e carinhosos
E ISSO É SIM UMA PROVOCAÇÃO À AMPLIAÇÃO DO DEBATE!

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Um comentário:

Gabriel RAiZ Cidadanista disse...

Duas perguntas despretensiosas: Existe verdade nessa matéria? Se sim, quanta?
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/fora-do-eixo-6321.html