quinta-feira, 28 de abril de 2011
Farroupilha revisita teatro político em novo espetáculo
Uma reflexão irônica sobre a política brasileira define o novo espetáculo do Grupo de Teatro Farroupilha, O arquivo vivo, que será exibido de 20 de abril a 1º de maio, no teatro Zélia Olguin.
O texto é uma livre adaptação de O arquivo vivo da prefeitura, conto de Beto Oliveira, vencedor do Concurso Nacional de Contos de Humor, realizado em 2010, pelo Farroupilha, em parceria com o Clube dos Escritores de Ipatinga (Clesi) e patrocínio da Usiminas.
Na peça, corrupção, escândalos políticos, revelações de tramóias, relações de infidelidade, disputa pelo poder e paternalismo são retratados por meio da história do prefeito interpretado por Didi Peres. Ele tem como assessor o inominável, vivido por Sinésio Bina. O espetáculo, que mostra como funcionam os bastidores da política no país, também traz no elenco Torosca Silvestre e Claudiane Dias, que se desdobra na interpretação de três personagens que se relacionam com os protagonistas.
Sem aptidão para administrar o município, o prefeito explora o jeitinho brasileiro e conta com o seu assessor para maquiar fraudes, para ser bem visto pela população e recompensando com votos. “O arquivo vivo ilustra a falta de ética que impera no Brasil, mostra um pouco do caráter do funcionalismo público no que diz respeito à sua postura em relação aos usuários dos serviços oferecidos pela rede municipal”, antecipa Didi.
Ele destaca que a montagem do espetáculo é uma ambiciosa realização, “principalmente levando-se em conta que partiu de um concurso, da avaliação e seleção de muitos textos concorrentes”, reflete Didi, acrescentando que “O arquivo vivo” não pretende fazer do teatro uma arma de politização, mas mostrar os bastidores da política, os mecanismos de opressão do povo desconhecidos de muitos brasileiros,
de uma mídia submissa ao poder. A peça é uma revisão crítica do poder público e contribui com a sociedade por ser muito engraçada; afinal, divertir é também função social do teatro”, comenta.
O espetáculo, patrocinado pela Usiminas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, leva a assinatura de Júlio Maciel, direção, e dramaturgia de Eduardo Moreira, ambos do Grupo Galpão. A iluminação é da premiadíssima Telma Fernandes. Gessé Rosa responde pela preparação corporal; Pedro Bastos assina trilha sonora e vídeos para o espetáculo; a produção executiva é de Leila Cunha. Luciano Soares e Edilaine Peres completam a ficha técnica como assistentes de produção.
SERVIÇO
O arquivo vivo. Dias 29 e 30 abril e 1º de maio, às 20:30 h, no Teatro Zélia Olguin. Duração: 60 minutos. Classificação: 12 anos. Os ingressos, que custam R$ 16 inteira e R$ 8 meia podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro ou pelo site WWW.institutoculturalusiminas.com
Mais informações pelos telefones (31) 3822-3031 (bilheteria) e (31) 3823-5614 ou pelo e-mail: grupofarroupilha@hotmail.com
Twitter: http://twitter.com/#!/GFarroupilha
Blog http://teatrofarroupilha.blogspot.com/
Legenda:
Com O arquivo vivo, Farroupilha comemora seus 15 anos de fundação
Trajetória
Em 1995, nascia o Grupo Farroupilha com a vocação de carrear um grande público para o teatro. Honrando seu nome de batismo, a trupe veio revolucionar a cultura local, difundindo espetáculos, buscando uma linguagem interdisciplinar, mesclando estilos, conquistando palcos, ganhando as ruas e outros espaços alternativos.
O Farroupilha já montou 17 espetáculos, lançou um CD com a trilha sonora do espetáculo “Estórias de bichos”, a revista Clown para todos (registro de uma pesquisa sobre a figura do palhaço). No currículo
do Farroupilha, consta também a ministração de oficinas e cursos de teatro e circo, além de projetos que vêm estimulando a produção cultural no Vale do Aço e têm circulado por várias cidades de Minas e
outros estados. Seus espetáculos já receberam diversos prêmios em festivais nacionais e estaduais pelo interior de Minas. Em 2007 e 2009, o grupo foi contemplado com Cena Minas – Prêmio Estado de Minas
Gerais de Artes Cênicas. O Farroupilha, que é filiado ao Movimento de Teatro de Grupo de Minas Gerais e ao Movimento Cultural da Vale do Aço, desenvolve um trabalho baseado na cooperação entre seus membros, valorizando os processos coletivos de criação, levando-se em conta suas inquietações e desejos pessoais.
Desde 2007, o grupo ocupa o Teatro Circu-Lar Farroupilha, local onde cria, ensaia e apresenta espetáculos, realiza outros eventos artísticos, intercâmbios, ministra cursos e oficinas para a comunidade, beneficiando pessoas de todo Vale do Aço e Vale o Rio Doce. O grupo também tem realizado trabalho didático em outros espaços, como na Escola Municipal de Artes Cênicas Antônio Roberto Guarnieri e no Projeto de Formação Interdisciplinar de Santana do Paraíso Espetáculos Produzidos: 2009,“Primavera” cena curta selecionada para a edição comemorativa do 10º Festival Cenas Curtas Galpão Cine Horto, direção Didi Peres e Claudiane Dias; 2008 – O musical “Eles e Elis”, direção de Didi Peres; 2004 – "Seis personagens à procura de um autor", direção de Eduardo Vaccari; 2002 – "Pecados" e "Olimpíadas clown", direção coletiva; 2001 – "Estórias de bichos" (em repertório), direção de Brigitte Bentolila e "Palhaços", direção coletiva; 2000 – "Sanatório geral", direção coletiva; 1999 – "A princesa engasgada" (em repertório), direção
de Antônio Guarnieri e "Sai da toca tatu", direção coletiva; 1998 – "Cantigas, mitos e lendas" e "O pastelão e a torta", direção coletiva; 1997 – "O caso dos rabanetes", direção de Othon Valgas; 1995 – "As lavadeiras", direção coletiva e "Quem quiser que conte outra", direção de Didi Peres.
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